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Família, lugar de amor rico em perdão
“Não existe família perfeita. Não
temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não
nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos.
Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros.
Por isso, não há casamento saudável
sem o exercício do perdão. O perdão
é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência
espiritual. Sem perdão a família se torna
uma arena de conflitos e um reduto de mágoas. Sem
perdão a família adoece. O perdão
é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria
do coração. Quem não perdoa não
tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa
é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa
no coração é um gesto autodestrutivo.
É autofagia. Quem não perdoa adoece física,
emocional e espiritualmente. É por isso que a família
precisa ser lugar de vida e não de morte; território
de cura e não de culpa. O perdão traz alegria
onde a mágoa produziu tristeza; cura, onde a mágoa
causou doença. Esta é a grande missão
da família: arranjar lugar para Jesus que vem,
receber Jesus na família, na pessoa dos filhos,
do marido, da esposa, dos avós, porque Jesus está
aí.
Três palavras que devem existir sempre em casa:
com licença, obrigado, desculpa. Com licença:
para não se intrometer na vida dos cônjuges.
Com licença, como te parece isto? Com licença,
permite-me. Obrigado: agradecer ao cônjuge; obrigado
por aquilo que fizeste por mim, obrigado por isto. A beleza
da gratidão! E dado que todos nós erramos,
há outra palavra um pouco difícil de pronunciar,
mas necessária: desculpa. Aquilo que mais pesa
na vida é a falta de amor. Pesa não receber
um sorriso, não ser benquisto. Pesam certos silêncios,
às vezes, mesmo em família, entre marido
e esposa, entre pais e filhos, entre irmãos. Sem
amor, a fadiga torna-se mais pesada, intolerável.
Sim, ser mãe não significa só trazer
um filho ao mundo, mas é também uma opção
de vida: o que é que uma mãe escolhe? Qual
é a opção de vida de uma mãe?
A opção de vida de uma mãe é
a opção de dar vida. E isto é grande,
isto é belo. O pai procura ensinar ao filho aquilo
que ele ainda não sabe, corrigir os erros que ainda
não vê, orientar o seu coração,
protegê-lo no desânimo e na dificuldade. Tudo
isso com proximidade, com doçura e com uma firmeza
que não humilhe.”
A família atravessa uma crise cultural profunda,
como todas as comunidades e vínculos sociais. No
caso da família, a fragilidade dos vínculos
reveste-se de especial gravidade, porque se trata da célula
básica da sociedade. O verdadeiro vínculo
é sempre com o Senhor. Todas as famílias
têm necessidade de Deus: todas, todas! Necessidade
da sua ajuda, da sua força, da sua bênção,
da sua misericórdia, do seu perdão. E requer-se
simplicidade. Para rezar em família requer-se simplicidade!
Quando a família reza unida o vínculo torna-se
mais forte”.
Papa Francisco
Texto in“Católicos Portugueses
no Facebook”
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