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São várias as centenas de pessoas, que
todos os anos se deslocam a Fátima no mês
de Maio, das mais variadas formas. A paróquia,
à semelhança do que tem acontecido nos últimos
anos, organizou a habitual peregrinação
a pé, que contou desta vez com cerca de 100 pessoas,
tanto peregrinos como pessoal do apoio.
Quem disser que é fácil... é porque
nunca fez.
Quem disser que é só andar, meter um pé
à frente do outro, está convidado para palmilhar
esses 130 quilómetros que nos separam do santuário
das aparições. Ao longe não parece
mas é realmente duro.
Nos primeiros metros ainda se vai descontraído,
conversador e sorridente, sem problemas de maior. Passados
mais uns quantos, lá começa aquela bolha
no pé a aborrecer ou a dor no joelho a moer o juízo
de quem se aventura a esta caminhada.
A chegada a um ponto de paragem é sempre uma lufada
de ar fresco. Pode-se comer uma refeição
quente, por vezes ter uma massagem de alguém que
muito carinhosamente se dispõe a isso, mesmo tendo
andado tanto como os outros. Pode-se dormir, por vezes
no chão, mas isso pouco importa pois o cansaço
é tanto que nem se nota o “ressonar ligeiro
“do parceiro de caminhada que dorme ao lado.
Quando a noite passa e se acorda já com dores,
então sim, a tentação de desistir
começa a gritar bem alto nas nossas cabeças,
coisa que também acontece quando se caminha muitas
horas completamente só, sem ver ninguém
para a frente ou para trás, e se pode ter “um
cheirinho” de o que é solidão e, não
fosse pela peregrinação, mais gente desistia.
Mas o esforço é recompensado à chegada
ao destino, quando ao pisar o chão da capelinha,
junto à azinheira que recebeu a Senhora, todas
as dores como que desaparecem por milagre e nada mais
importa senão felicitar os restantes peregrinos
pelo apoio que prestaram e agradecer a Jesus, que ainda
no ventre de Sua Mãe, foi de Nazaré a Belém,
para caminhar sempre ao nosso lado.
Diogo Machado
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