Nota Pastoral dos Bispos Portugueses
A visita do Papa Bento XVI a Portugal
é um acontecimento de singular importância
e, por isso, deve ser preparada condignamente, não
apenas no brilho exterior e no ambiente festivo, mas sobretudo
no horizonte da fé, da construção
da unidade eclesial e de uma sociedade mais justa e fraterna.
Vem até nós como peregrino
e a Igreja em Portugal deverá caminhar com o sucessor
de Pedro, redescobrindo no cristianismo uma experiência
de sabedoria e missão.
Sabedoria vivida no conhecimento das
realidades terrestres, a partir de uma referência
a valores, de modo que, na fidelidade à identidade
cristã, sejamos capazes de dar um contributo positivo
à construção de uma sociedade mais
justa; missão como itinerário de uma vida
que se quer mergulhada no mundo, mas diferente em opções
e atitudes, e que, sobretudo pelo exemplo, anuncia Cristo
e a sua boa nova.
ACOLHER A MENSAGEM
A visita do Papa não é apenas a Lisboa,
a Fátima e ao Porto, mas a todo o Portugal, a todos
os portugueses e também aos nossos irmãos
imigrantes que trabalham e convivem connosco. O Papa a
todos quer saudar, independentemente do seu credo ou da
sua ideologia.
Assim, a nossa presença nos diversos
momentos e lugares do programa da visita, testemunhará
o amor ao Papa e a vontade explícita de aceitar
as suas propostas.
CONTINUIDADE E COMPROMISSOS
A nossa tradição cristã está
marcada pelo respeito, apreço e fidelidade à
Igreja de Roma. A cátedra de Pedro e dos seus sucessores,
como recorda S. Inácio de Antioquia, é «a
que preside na caridade», entre todas as Igrejas
locais.
Preparar a visita do Papa Bento XVI
e acolher os seus desafios deverá desenvolver em
nós os dinamismos seguintes:
– Reavivar a nossa fé através
de um encontro mais consciente com a Palavra de Deus,
dando às nossas comunidades um rosto missionário.
– Dinamizar a nossa esperança,
para podermos abrir caminhos de solução
às dificuldades e crises que a nossa sociedade
atravessa.
– Revigorar a nossa caridade,
dando maior consistência aos inúmeros espaços
de solidariedade e acção social, como resposta
aos dramas da sociedade, particularmente as novas formas
de pobreza.
– Fortalecer a nossa unidade através
de um projecto de pastoral comum, acolhido por todas as
comunidades, com o intuito de poder responder às
alterações civilizacionais em que vivemos.
ACÇÕES CONCRETAS
A PROMOVER
Confiando na criatividade das Dioceses e Paróquias,
Congregações e Movimentos, apresentamos
algumas sugestões para a preparação
da visita de Sua Santidade o Papa Bento XVI:
– Colocar esta visita nas intenções
da oração pessoal e comunitária.
– Aproveitar as acções
de formação que a Igreja costuma promover
(Retiros, Cursos, Encontros, Palestras, Publicações)
para abordar temas relacionados com o Papa: Igrejas particulares
e Igreja universal; Missão do Bispo de Roma e Pastor
da Igreja universal; Catolicidade e diversidade, obediência
e liberdade na Igreja; Temas fundamentais do magistério
do Papa Bento XVI, etc.
– Promover e facilitar a participação
nas celebrações eucarísticas presididas
pelo Santo Padre em Portugal (Lisboa, Fátima e
Porto) e noutros encontros de sectores.
Queremos apelar a todos, para que não
deixem que esta visita do Santo Padre se esgote num mero
acontecimento passageiro, porventura muito participado
e festivo, mas que seja antes uma semente que germine
e dê frutos de renovação espiritual,
apostólica e social.
O Papa, refere o site oficial da visita ( www.bentoXVIportugal.pt
) desloca-se ao nosso país “para assinalar
o décimo aniversário da beatificação
de Jacinta e Francisco Marto”.
Bento XVI terá encontros com
as autoridades portuguesas, com os responsáveis
da Igreja Católica em Portugal e celebra três
missas ao ar livre em Lisboa, Fátima e Porto.
O Programa definitivo divulgado no dia
25 de Março, Solenidade da Anunciação
do Senhor, acrescenta as referências aos discursos
a proferir por Bento XVI e indica que na Missa em Lisboa
será dirigida uma Mensagem a propósito dos
50 anos do Santuário de Cristo Rei de Almada. Refere
ainda que em Fátima o Papa vai também dirigir
uma saudação aos peregrinos. O Papa vai
proferir sete discursos: à chegada e à partida
(11 e 14 de Maio); no Encontro com o Mundo da Cultura
(12); na celebração das Vésperas
e na Bênção das Velas em Fátima
(ambas no dia 12) e nos encontros do dia 13 com os agentes
da Pastoral Social e com os Bispos, igualmente em Fátima.
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