O Cardeal-Patriarca de Lisboa disse hoje que o tema que o Papa Francisco definiu para as Jornadas Mundiais da Juventude de 2022 convoca à ação, mais do que a uma atitude de observação. “Muitas vezes somos mais espectadores do que atores e evangelicamente não pode ser assim, por isso a escolha do Papa sobre este tema, ficamos muito contentes com isso”, referiu D. Manuel Clemente à Agência Ecclesia.
‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ é o tema que o Papa Francisco elegeu para as JMJ que Lisboa vai acolher em 2022, uma escolha que foca a “prontidão de Maria”, ao ajudar a sua prima Isabel. “É a prontidão que nós devemos ter – e os jovens, em particular, estão disponíveis para ter, têm a vida toda à frente – para ir ao encontro dos outros, e fazerem da sua vida algo muito bonito, não só para si, mas para os outros”, sustentou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, na primeira reação ao anúncio do Papa Francisco.
Esta manhã foram também conhecidos os temas das jornadas de 2020 e 2021 com organização em cada Igreja diocesana: ‘Jovem, eu digo-te, levanta-te!’ e ‘Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!’, respetivamente. “A palavra de ordem para qualquer dos anos é sempre o ‘Levanta-te’. É muito importante passarmos de meros espetadores envolvidos diretamente na aventura evangélica. E os jovens estão particularmente disponíveis para isso”, assinala o Cardeal-Patriarca impulsionando para que as “realidade juvenis católicas ganhem mais sentido de missão”.
D. Manuel Clemente analisa o tema da JMJ Lisboa 2022numa ligação à JMJ do Panamá, em janeiro deste ano, centrada na anunciação e na “disponibilidade” de Maria: ‘Eis a serva do Senhor; Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra’. “Agora o Papa marca para Lisboa o episódio seguinte, quando Maria se levanta, apressadamente, ao encontro de Isabel para estar com ela quando precisava de ajuda”, recorda.
"Coincidência" na caridade O Patriarcado de Lisboa encerra este ano pastoral com o tema dedicado à Liturgia e prepara-se para, em 2019-2020, se centrar na caridade, algo que D. Manuel Clemente assinala como “feliz coincidência”. “Estamos, em Lisboa, a aplicar o que decidimos no Sínodo de 2016: a Palavra, este ano sobre a Liturgia e oração, e no próximo ano sobre a caridade. E a caridade é isso mesmo, a prontidão para irmos ao encontro do outro”.
O Papa Francisco, ao anunciar o tema, estabeleceu a sintonia que o itinerário da JMJ de Lisboa e do caminho que se segue ao Sínodo de 2018, dedicado às novas gerações, devem ter. Para D. Manuel Clemente “vai tudo no mesmo sentido, o da mobilização”.“Segue, em termos latos, o atual pontificado, da sua proposta de conversão missionária da Igreja. A Igreja não existe para si, existe para Deus e Deus espera-nos nos outros. É este arco completo, ativo, este levantamento de almas e vidas que se propõe com todos estes itens”, assinala.
Conhecido o tema da JMJ 2022, o Cardeal-Patriarca indica a preparação a fazer até 2022, quer na reflexão como na preparação logística, sem precedentes em Portugal, e que envolverá as dioceses portuguesas e outras de fora do país. “A última semana é em Lisboa, mas tudo o que a precede, as pré-jornadas, são em todas as dioceses do continente e ilhas, e até fora do país, as que nos são mais próximas da vizinha Espanha e os PALOP”, adianta D. Manuel Clemente.