JMJ 2022: "Preparem-nas bem", pediu o Papa a jovens de Lisboa
O Papa Francisco fez um pedido ao Patriarcado de Lisboa: preparar bem a Jornada Mundial da Juventude de 2022. A revelação é feita ao Jornal VOZ DA VERDADE por Maria Margarida Patrocínio, voluntária da diocese, que esteve um mês no Panamá e saudou o Papa em nome dos jovens portugueses.
Foi a voluntária escolhida para, em nome de todos os jovens portugueses, saudar o Papa Francisco e agradecer a atribuição a Lisboa da organização da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2022. Foi no Panamá, no habitual encontro do Papa com os voluntários, que marca o final de cada Jornada, que Maria Margarida Patrocínio escutou o pedido do Papa Francisco a toda a diocese. “Foi um momento muito marcante. No final da saudação, dirigi-me ao Papa para o cumprimentar, dei-lhe a mão e, posso confidenciar, ele disse-me: ‘Preparem-nas bem. Preparem-nas bem’. Foi a única coisa que o Papa me disse”, revela Margarida, de 30 anos, completados no Panamá, no dia 7 de janeiro. Um pedido que “responsabiliza” toda a Igreja de Lisboa, no entender desta voluntária. “Espero que em Lisboa se faça uma Igreja presente. Temos três anos e meio e espero que saibamos não ser ‘capelinhas’, mas que estejamos todos juntos. A Igreja tem vários movimentos, várias realidades, mas a fé é a mesma, a fé cristã é a mesma, e desejo que tenhamos todos o mesmo espírito, que o Espírito Santo nos ilumine. Rezemos muito por isso”, salienta.
Um privilégio
Maria Margarida Patrocínio é da Paróquia de Torres Vedras e viajou para o Panamá, juntamente com mais cinco jovens, tendo como pano de fundo a candidatura de Lisboa à organização da próxima Jornada Mundial da Juventude. Na sexta-feira, dia 25 de janeiro, esta jovem é informada de que foi escolhida para saudar o Papa, em nome de todos os jovens portugueses. “Estava muito entusiasmada. Foi um privilégio poder fazer a saudação”, assume. O encontro do Papa com os voluntários decorreu na tarde do dia da Missa de envio, a 27 de janeiro, no Estádio Rommel Fernández. “Além do Papa e dos jovens peregrinos, os voluntários são as pessoas mais importantes das Jornadas. Portanto, o último momento do Papa na JMJ é sempre com os voluntários”, esclarece Margarida. Durante o encontro no Panamá, três jovens deixaram o seu testemunho ao Papa. “Primeiro falou um jovem polaco, voluntário de longa duração, por terem sido na Polónia, em Cracóvia, as Jornadas anteriores; depois, seguiu-se uma voluntária do Panamá, local onde decorreu esta Jornada; e no final, então, os portugueses, por serem o país que vai acolher a próxima JMJ”, explica Margarida.
Esta jovem, que trabalha como assistente de comunicação e angariação de fundos na Associação Salvador, foi para o Panamá como voluntária com a missão de estar ao serviço e também poder observar in loco como decorre uma Jornada no Comité Organizador Local. “Fui convidada para ir para o Panamá em meados de dezembro e acolhi o convite com surpresa, mas como um presente de Natal antecipado. Foi um privilégio. Era possível que a Jornada viesse para Lisboa e eu ia aprender como se operacionalizam as coisas e o que é o voluntariado numa Jornada Mundial da Juventude”, refere.
Tocada pela fé panamenha
Após chegarem ao Panamá, no dia 4 de janeiro, os voluntários de Lisboa contactaram a coordenação dos voluntários e ficaram a saber os departamentos em que cada um ia colaborar. Margarida ficou com a Comunicação. “No dia 7, segunda-feira, cheguei à Plaza Korintho, onde funcionava a comunicação da JMJ, tive uma reunião com a coordenadora e puseram-me a tratar das redes sociais. Fui tentando perceber o fluxo de trabalho e a minha missão foi acolher o Deus das surpresas, estar com os coordenadores, ouvir, fazer perguntas, questionar tudo. Fazia as publicações oficiais na página da JMJ no Facebook, em português. Era um orgulho, como voluntária, estar em missão e poder dar a conhecer ao mundo lusófono o que estava a acontecer na JMJ”, conta.
Margarida ficou instalada nas viles, o local onde estavam os voluntários internacionais. “Na casa, éramos 13 e parecia uma república! Tinha voluntários da Venezuela, da Costa Rica, do Brasil, dos Estados Unidos, da Polónia, do México… Uma variedade e uma interculturalidade muito interessante. Eram várias línguas ao mesmo tempo, mas todos partilhávamos a mesma fé em Cristo. Isso é que era importante”, salienta a voluntária de Lisboa, que diz ter sido tocada pela fé do povo do Panamá: “Ao meio-dia, todos rezávamos o Angelus e compartilhávamos intenções. Os panamenhos são muito fortes nisso, a nível de fé e de oração. O Panamá pode não ser tão organizado como os países da Europa, mas a nível de oração eram incríveis. Têm muita fé, são muito profundos, com um grande carisma”.
Leia a reportagem completa na edição do dia 10 de janeiro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.