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Seminários são “sinal de esperança para a Igreja e para o mundo”

A Mensagem da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios para a Semana dos Seminário refere que estas realidades são um “sinal de esperança para a Igreja e para o mundo”.

O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, D. António Augusto de Azevedo, desafiou os cristãos a olharem os seminários “como lugar indispensável para a formação dos futuros pastores da Igreja”. “O Seminário é tempo de estar com Jesus e de aprender com Ele a viver no meio das realidades do mundo. É tempo para exercitar a escuta e aprofundar o discernimento acerca da vontade de Deus. É tempo de cultivar um coração dócil, livre e generoso para o serviço de Deus e dos irmãos. É tempo para descobrir o estilo mariano da evangelização que valoriza a proximidade, a ternura e o afecto”, escreveu D. António Augusto de Azevedo, desejando ainda que os seminários “sejam comunidades onde se formam verdadeiros discípulos missionários”.

A Semana dos Seminários decorre até ao próximo Domingo, 19 de novembro, com o lema “Fazei o que Ele vos disser”. Em Lisboa, a nível diocesano, o Seminário dos Olivais vai abrir as portas para uma Vigília de Oração pelos seminários, na próxima quinta-feira, 16 de novembro, às 21h30.

 

MENSAGEM

A Semana dos Seminários é ocasião privilegiada para que os cristãos tomem
consciência da importância do seminário como lugar indispensável para a formação dos
futuros pastores da Igreja. Consciência que resulta da reflexão sobre as implicações da
formação inicial, feita nos seminários, na missão da Igreja e no futuro da fé; consciência
que se desdobra em oração ao Senhor da vinha para que chame trabalhadores para a sua
vinha; consciência que se abre ainda à partilha e ajuda material aos seminários.
O lema desta semana é a frase pronunciada por Maria no episódio das Bodas de
Caná: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo.2,5). Após a interpelação dirigida a Jesus - «Não
têm vinho!», Maria volta-se para os serventes para que estes, seguindo a palavra de
Jesus, tudo façam para que a sua Hora chegue. O apelo da Mãe do céu dirige-se agora a
todos e a cada um: aos batizados, chamados a servir o Senhor; a todos os que estão em
formação nos seminários; àqueles que o servem nos vários ministérios e formas de vida
consagrada.
O exemplo de Maria mostra que o fundamental é estar com Jesus, caminhar com
Ele, sabendo estar no meio do mundo com atenção às circunstâncias em se pode revelar
a novidade de Deus. Como em Caná, tantas situações de carência, dor ou fracasso
podem ser ocasião de manifestação da misericórdia divina. Para isso é necessário
escutar o que o Senhor diz e acolher a sua palavra no coração. Uma escuta que exige a
atenção e o discernimento capazes de interpretar a vontade do Senhor, distinta dos
apelos do mundo ou do eco das ambições e motivações individuais. Ele chama alguns à
vocação sacerdotal que tem na sua origem «um dom da graça divina que se concretiza
na ordenação sacramental. Esse dom exprime-se no tempo pela mediação da igreja que
chama e envia em nome de Deus» (Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis, 34).
O apelo de Maria em Caná sublinha o caráter imperativo do Fazer, isto é, a
necessidade de levar à prática a palavra escutada. Naquela situação tratou-se de
exercitar um serviço concreto: encher as talhas e levar ao chefe de mesa. Desta forma o
evangelho evidencia o valor do serviço humilde e dedicado na concretização do que
Jesus manda. O serviço é o horizonte proposto a todo aquele que quer ser verdadeiro
discípulo de Jesus, de modo específico a quem escuta e responde ao apelo: «Vem e
segue-me!». O seminário é tempo de formação na escola do serviço, é caminho de
configuração a Cristo, Cabeça, Pastor, Servo e Esposo, de forma que na ordenação
presbiteral o candidato seja capaz de um dom total de si ao serviço de Deus e do seu
povo.
O cumprimento da frase de Maria conduz à realização do primeiro grande sinal
de Jesus – a transformação da água em vinho – e desta forma Ele «manifestou a sua
glória e os discípulos creram nele» (Jo.2, 11). Em Caná, Jesus revela-se como o
verdadeiro noivo que está presente à humanidade para renovar com ela a aliança nupcial
e ajudá-la a reencontrar o caminho da esperança, da alegria, e da paz. No nosso tempo
os seminários representam um sinal da esperança para a Igreja e para o mundo porque
aqueles que neles se formam em ordem ao ministério sacerdotal serão expressão da
presença de Jesus Cristo, o esposo sempre fiel que também hoje quer encher de
misericórdia e alegria a humanidade que não desistiu de amar.
O Seminário é tempo de estar com Jesus e de aprender com Ele a viver no meio
das realidades do mundo; é tempo para exercitar a escuta e aprofundar o discernimento
acerca da vontade de Deus; é tempo de cultivar um coração dócil, livre e generoso para
o serviço de Deus e dos irmãos; é tempo para descobrir o estilo mariano da
evangelização que valoriza a proximidade, a ternura e o afeto.
Que Maria nos ajude com a sua intercessão materna para que os seminários
sejam comunidades onde se formam verdadeiros discípulos missionários e contribuam
«para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne
possível o nascimento de um mundo novo» (Evangelii Gaudium, 288).


+ António Augusto de Oliveira Azevedo
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios

 

 
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