Papa alerta para o “analfabetismo espiritual”
da sociedade actual
O Papa alertou este domingo para o “analfabetismo
espiritual” da sociedade actual. Na homilia da missa
que marca a Solenidade do Pentecostes, Francisco deu exemplos
da condição de órfãos a que
os homens e mulheres estão votados.
"No nosso tempo, também se constatam vários
sinais desta nossa condição de órfãos:
a solidão interior que sentimos mesmo no meio da
multidão e que, às vezes, pode tornar-se
tristeza existencial; a nossa suposta autonomia de Deus,
que aparece acompanhada por uma certa nostalgia da sua
proximidade; o analfabetismo espiritual generalizado que
nos deixa incapazes de rezar; a dificuldade em sentir
como verdadeira e real a vida eterna, como plenitude de
comunhão que germina aqui e desabrocha para além
da morte; a dificuldade de reconhecer o outro como irmão,
porque filho do mesmo Pai; e outros sinais semelhantes”,
exemplificou.
“A tudo isto se contrapõe a condição
de filhos, que é a nossa vocação
primordial, é aquilo para que fomos feitos, o nosso
‘DNA’ mais profundo mas que se arruinou e,
para ser restaurado, exigiu o sacrifício do Filho
Unigênito”, afirmou o Papa Francisco na Basílica
de S. Pedro, durante a missa de Pentecostes.
O Papa disse também que o trabalho dos missionários
é mais necessário do que nunca, "face
à quantidade de injustiças, guerras e crises
humanitárias que esperam uma solução",
numa mensagem publicada este domingo para a Jornada Mundial
das Missões.
"Todos os povos e culturas têm o direito a
receber a mensagem de salvação, que é
um dom de Deus para todos", disse o Papa, citado
pela agência espanhola EFE, ao falar da necessidade
de uma igreja missionária.
Esse trabalho, referiu, "é ainda mais necessário
se tivermos em conta a quantidade de injustiças,
guerras e crises humanitárias que esperam uma solução",
acrescentando que os missionários "sabem por
experiência que o Evangelho do perdão e da
misericórdia pode trazer alegria e reconciliação,
justiça e paz".
Na mensagem para aquela que será a 90.ª Jornada
Mundial das Missões da Igreja Católica,
e que acontece a 23 de Outubro, o sumo pontífice
argentino destacou também "a considerável
e crescente presença da mulher no mundo missionário".
"As mulheres e as famílias compreendem melhor
os problemas das pessoas e sabem enfrentá-los de
uma maneira adequada e às vezes inesperada",
sublinhou.
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