Serviços de Acção Social
- Indicações práticas
A Comissão Episcopal de Pastoral Social (CEPS),
organismo da Igreja Católica em Portugal, lançou
hoje um conjunto de “indicações práticas”,
apelando à criação de “serviços
paroquiais de ação social” em todo
o país.
“A grave crise social, que nos atinge, constitui
um forte apelo: a examinar e rever os modelos de resposta
às dificuldades, a introduzir ajustamentos e a
proceder ao incremento de serviços de acção
social em todas as comunidades cristãs”,
pode ler-se.
Entre as tarefas a realizar estão, por exemplo
“recolher com discrição e precisão
dados sobre a realidade” e “cooperar na procura
de soluções para os problemas das pessoas
que a paróquia acompanha, com as várias
diligências necessárias, envolvendo outras
entidades públicas e privadas”.
A CEPS considera que “a atual situação
económica e social reaviva a sensibilidade cristã
e abana as consciências para serem expressão
coerente do amor salvífico de Deus pela humanidade”.
“A gravíssima crise conduz as comunidades
cristãs a purificar a sua missão de testemunho
do Evangelho”, indica a comissão dos bispos
portugueses para a área social.
O texto pede uma “intervenção sistemática
junto dos centros de decisão, sempre a começar
do mais próximo para o central” e deixa um
conjunto de “orientações estratégicas”,
que começa pela “criação, funcionamento
e qualificação de um serviço paroquial
de acção social, integrado por voluntários
e voluntárias”.
A intenção destes grupos é “intervir,
de modo sólido, quer junto dos centros de decisão
política para requerer resoluções
e formular propostas inovadoras, quer junto da opinião
pública, mantendo posição de alerta,
baseada na visão cristã das situações”.
A Igreja quer, assim, “proporcionar sempre as ajudas
possíveis às pessoas necessitadas, de modo
personalizado e visando resposta global e estruturada”.
O documento lamenta o “desequilíbrio de atenção
pastoral das comunidades eclesiais, muito concentradas
no culto,” afirmando que a responsabilidade pelo
“serviço fraterno” é “uma
dimensão e tarefa de toda a comunidade”.
“Conhecendo a tendência da grande parte das
instituições de ação social
existentes para atender ao primeiro objetivo de serviço
às populações, deseja-se uma organicidade
que não separe as dimensões ou níveis
de intervenção”, acrescenta a CEPS.
Propondo como marcas da ação social católica
a proximidade, universalidade, radicalidade e gradualidade,
estas “indicações práticas”
apelam a uma “intervenção na humanização
das estruturas socioeconómicas, políticas
e culturais, seguindo os princípios da dignidade
transcendente da pessoa humana: bem comum, destino universal
dos bens, subsidiariedade, participação
e solidariedade”.
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