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Igreja em busca de respostas
Em Outubro de 2012 a XIII Assembleia Geral Ordinária
do Sínodo dos Bispos, sobre “A Nova Evangelização
para a Transmissão da Fé Cristã.”
“Nova Evangelização não significa
um «novo Evangelho »”, assinala o documento,
mas “uma resposta adequada aos sinais dos tempos,
às necessidades dos indivíduos e dos povos
de hoje, aos novos cenários que desenham a cultura
através da qual dizemos a nossa identidade e procuramos
o sentido das nossas vidas”. O documento pede que
os católicos levem a “sério”
até os que se consideram “agnósticos
ou ateus”, vendo-os como mais do que um “objecto
de missão” e procurando manter viva “a
busca de Deus”. O texto preparatório destaca
que desde o Concílio Vaticano II, nos anos 60 do
século passado, até hoje, “a nova
evangelização se propôs, cada vez
mais com maior lucidez, como o instrumento” para
enfrentar “com os desafios de um mundo em acelerada
transformação”.Estas mudanças
passam pelo novo “contexto digital e globalizado”,
no qual, segundo o Vaticano, “é fácil
que a ciência se torne a nova religião, reenviando
para ela as questões da verdade e da procura de
sentido, sabendo que receberemos apenas respostas parciais
e insuficientes”.
“Encontramo-nos diante do aparecimento de novas
formas de gnosticismo, que encaram a técnica como
uma forma de sabedoria, na busca de uma organização
mágica da vida que funcione como saber e como sentido”,
assinala o documento. Outra preocupação
apresentada relaciona-se com o relativismo e a secularização,
que permitiram “invadir o quotidiano das pessoas
e desenvolver uma mentalidade na qual Deus foi posto de
parte, total ou parcialmente, da existência e da
consciência humana”.
O texto preparatório do Sínodo refere que
no cenário cultural do Ocidente, é “muito
difícil falar da verdade, recorrendo-se imediatamente
ao termo «autoritário»”, o que
leva a “duvidar da bondade da vida”e “da
importância das relações e dos compromissos”.
À Igreja Católica compete, neste contexto,
“construir comunidades dotadas de um verdadeiro
espírito ecuménico e capazes de diálogo
com outras religiões”, com a “coragem
de denunciar as infidelidades e os escândalos emergentes
nas comunidades cristãs”.
“Urge a coragem de apoiar iniciativas de justiça
social e de solidariedade, que coloquem no centro das
atenções da Igreja os pobres”, prossegue
o documento.
Os documentos foram disponibilizados em oito línguas,
incluindo o português, e vão ser agora discutidos
por organismos episcopais e diversas instituições
eclesiais. No âmbito deste processo preparatório
está em curso a auscultação das Igrejas
locais. Assim, é pedido às diferentes realidades
eclesiais da nossa diocese uma resposta a algumas perguntas
presentes ou elaboradas a partir dos “Lineamenta”,
as quais serão depois sintetizadas e enviadas aos
serviços da Conferência Episcopal Portuguesa
que reunirá os contributos das diferentes Dioceses
e os reenviará para Roma.
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