As 2.309 toneladas de alimentos recolhidas pelo Banco
Alimentar durante no passado fim de semana nos supermercados
não compensam o aumento das necessidades, disse
a presidente da instituição O crescimento
de 14,9% nos bens obtidos face à campanha de Maio
de 2010 “não é suficiente” para
as solicitações que chegam ao Banco Alimentar
“porque se tem registado um grande acréscimo
dos pedidos”, afirmou Isabel Jonet.
A campanha realizada em Novembro de 2010 obteve mais de
3 250 toneladas, valor que constituiu um recorde e que
é 40% superior ao recolhido sábado e domingo
passado, mas a responsável salienta que o resultado
“é muito positivo, atendendo à época
que se vive”: “Estamos num período
de crise e muitas famílias passam por dificuldades”.
No entender de Isabel Jonet, as campanhas realizadas nos
supermercados “são muito importantes”
para recolher bens que não têm excedentes
de produção “e também para
sensibilizar as pessoas para a realidade da pobreza e
das carências alimentares”.
Os produtos angariados em mais de 1 500 superfícies
comerciais vão começar a ser entregues a
partir da próxima semana a quase duas mil instituições
de solidariedade, assinala o site da instituição.
A campanha mobilizou 31 900 pessoas, que receberam, transportaram
e arrumaram os alimentos nos armazéns dos 19 Bancos
Alimentares, o que constituiu “a maior ação
de voluntariado organizada regularmente em Portugal”.
No Ano Europeu do Voluntariado, que se assinala em 2011,
esta “adesão entusiástica” mostra
que “a ação conjunta de todos os agentes
de solidariedade gera resultados muito superiores aos
que seriam obtidos se cada um deles resolvesse agir de
forma isolada”, refere o Banco Alimentar.
A recolha de alimentos continua a decorrer pela internet
até domingo, depois da inauguração,
esta quintafeira, de um novo portal que permite ao doador
a possibilidade de escolher alimentos e de os pagar eletronicamente.
Os doadores podem também contribuir através
das 3 900 lojas aderentes à rede Payshop, mediante
uma doação em dinheiro que é convertida
em leite.
Em 2010 o Banco Alimentar beneficiou 319 mil pessoas,
especialmente desempregados, idosos, crianças e
famílias desestruturadas, “os grupos mais
atingidos pela situação de forte agravamento
da situação económica”.
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