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Estamos a chegar ao fim das celebrações
do Ano Sacerdotal. Um ano durante o qual a Igreja convidou
à meditação sobre o sacerdócio
tendo como figura inspiradora S. João Maria Vianney,
o Santo Cura D’Ars, Padroeiro dos sacerdotes.
O encerramento será no próximo dia 11 de
Junho, data que coincide com a celebração
da Solenidade Sagrado Coração de Jesus e
o Papa convidou os padres de todo o mundo para as celebrações
conclusivas deste Ano Sacerdotal a realizar em Roma.
O Papa afirmou que o encontro, vai ser uma ocasião
para meditar na conversão e na missão, bem
como no dom do Espírito e na relação
com a Virgem Maria, mas também uma oportunidade
para os padres renovarem as suas promessas sacerdotais,
sustentados por todo o povo de Deus.
Interpelar igualmente por breves mas pertinentes palavras
do Santo Cura d’Ars e do Papa Bento XVI no anúncio
do Ano Sacerdotal e nas propostas dirigidas em Portugal,
qual convite a renovar o Amor de Deus derramado nos nossos
corações.
“O sacerdócio é o amor do Coração
de Jesus», costumava dizer o Santo Cura d’Ars.
[…] “O Cura d’Ars era humilíssimo,
mas consciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para
o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o
coração de Deus, é o maior tesouro
que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um
dos dons mais preciosos da misericórdia divina».
Falava do sacerdócio como se não conseguisse
alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa
confiados a uma criatura humana”.
(Bento XVI, Carta de abertura do
Ano Sacerdotal, 16 de Junho de 2009)
“A quem se apresentava já desejoso e capaz
de uma vida espiritual mais profunda, o Cura d’Ars
abria-lhe de par em par as profundidades do amor, explicando
a inexprimível beleza de poder viver unidos a Deus
e na sua presença: «Tudo sob o olhar de Deus,
tudo com Deus, tudo para agradar a Deus. (...) Como é
belo!» E ensinava-lhes a rezar assim: «Meu
Deus, dai-me a graça de Vos amar tanto quanto é
possível que eu Vos ame!». […) No seu
tempo, o Cura d’Ars soube transformar o coração
e a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes
sentir o amor misericordioso do Senhor. Também
hoje é urgente igual anúncio e testemunho
da verdade do Amor: Deus caritas est (1 Jo 4, 8)”.
(Bento XVI, Carta de abertura do
Ano Sacerdotal, 16 de Junho de 2009)
“Permiti abrir-vos o coração
para vos dizer que a principal preocupação
de todo o cristão, nomeadamente da pessoa consagrada
e do ministro do Altar, há-de ser a fidelidade,
a lealdade à própria vocação,
como discípulo que quer seguir o Senhor. A fidelidade
no tempo é o nome do amor; de um amor coerente,
verdadeiro e profundo a Cristo Sacerdote”.
Bento XVI, Discurso aos Sacerdotes
e Consagrados em Fátima, 12 de Maio de 2010)
“A fé em Deus abre ao homem o horizonte de
uma esperança certa que não desilude; indica
um sólido fundamento sobre o qual apoiar, sem medo,
a própria vida; pede o abandono, cheio de confiança,
nas mãos do Amor que sustenta o mundo. […]
Exemplo e estímulo são os Pastorinhos, que
fizeram da sua vida uma doação a Deus e
uma partilha com os outros por amor de Deus. Nossa Senhora
ajudou-os a abrir o coração à universalidade
do amor. De modo particular, a beata Jacinta mostrava-se
incansável na partilha com os pobres e no sacrifício
pela conversão dos pecadores. Só com este
amor de fraternidade e partilha construiremos a civilização
do Amor e da Paz”.
Bento XVI, Homilia no Santuário
de Fátima, 13 de Maio de 2010)
“Neste caminho de fidelidade, amados sacerdotes
e diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas
e leigos comprometidos, guia-nos e acompanha-nos a Bem-aventurada
Virgem Maria. Com Ela e como Ela somos livres para ser
santos; livres para ser pobres, castos e obedientes; livres
para todos, porque desapegados de tudo; livres de nós
mesmos para que em cada um cresça Cristo, o verdadeiro
consagrado do Pai e o Pastor ao qual os sacerdotes emprestam
voz e gestos, de Quem são presença; livres
para levar à sociedade actual Jesus Cristo morto
e ressuscitado, que permanece connosco até ao fim
dos séculos e a todos Se dá na Santíssima
Eucaristia”.
(Bento XVI, Discurso aos Sacerdotes
e Consagrados em Fátima, 12 de Maio de 2010)
O encerramento do Ano Sacerdotal não constituirá
propriamente um encerramento, mas um novo início.
Nós, o povo de Deus e os pastores, queremos agradecer
a Deus por este período privilegiado de oração
e de reflexão sobre o sacerdócio. Ao mesmo
tempo, propomo-nos de estar sempre atentos ao que o Espírito
Santo quer nos dizer. Entretanto, voltaremos ao serviço
de nossa missão na Igreja e no mundo com alegria
renovada e com a convicção de que Deus,
o Senhor da história, fica connosco, seja nas crises
seja nos novos tempos.
Cardeal Cláudio Hummes, Prefeito
da Congregação para o Clero)
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