A menos de um mês da chegada a
Portugal de Sua Santidade o Papa, exprimimos a nossa grande
alegria pela vinda até nós do sucessor de
Pedro, Bento XVI. Estamos certos de que as celebrações
e encontros, por ele presididos, nos vão revigorar
a fé, reacender a esperança e comprometer
na prática da justiça e da caridade, sobretudo
para com aqueles que passam maiores dificuldades.
Desde há vários meses que a CEP iniciou
um movimento para reflectir sobre o estado actual da vida
da Igreja em Portugal – “Repensar juntos a
Pastoral da Igreja em Portugal” –, com vista
a tomar decisões para ser mais fiel à sua
missão e poder responder melhor aos desafios do
mundo onde se insere. Uma comissão com representantes
de todas as Dioceses e da Conferência dos Institutos
Religiosos de Portugal já teve várias reuniões
e preparou um “Instrumento de trabalho” que
foi agora apresentado. Aqui se propõe um itinerário
sinodal, com diversas etapas e segundo um calendário
que irá até meados ou finais do próximo
ano 2011. Será uma caminhada que, num clima de
discernimento espiritual, consultando as várias
instâncias da Igreja, a nível nacional e
diocesano, as congregações religiosas e
os movimentos apostólicos, estreitará laços
de colaboração, juntará sinergias
e ajudará a Igreja a melhor servir.
A Assembleia da CEP prestou cuidadosa atenção
aos problemas sociais e debateu orientações
pastorais decorrentes do projecto “A acção
social da Igreja Católica”, estudo da Universidade
Católica Portuguesa relativo a 2008. Das várias
proposições, destacam-se:
- melhor articulação na Igreja local
(diocese) dos dinamismos de grande heterogeneidade quanto
ao modo de organização e intervenção;
- valorização comunitária de iniciativas
que integrem e envolvam a dimensão social em todas
as paróquias e arciprestrados, seja onde existem
centros sociais ou não;
- questionar-se se as actuais lógicas de acção
correspondem às novas formas de pobreza e ao
específico estilo evangélico de proximidade;
- verificar a consistência de um voluntariado
activo e fecundo;
- criar um observatório nacional organizado
a partir das estruturas diocesanas, em articulação
com a Comissão Episcopal da Pastoral Social,
que mantenha informação actualizada das
organizações e grupos presentes no terreno
e permita adequar a evolução dos mais
de mil centros sociais paroquiais.
A cooperação criteriosa com o Estado deverá
resistir à perda da identidade das instituições
e permitir a manutenção da lógica
do dom e da partilha próprias dos cristãos.
A exigente qualificação e mesmo certificação
dos Centros Sociais vai avançar, a partir de Julho
de 2010, em 12 instituições, distribuídas
por todo o país, que manifestem a sua vontade e
concorram para uma selecção prévia.
A urgente formação de leigos capazes de
gerir, com sentido comunitário eclesial, surge
como caminho a encetar em ordem a libertar os padres de
absorventes tarefas administrativas
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