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Paróquia de Santo António dos Cavaleiros
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"Oferecer com Cristo Sacerdote é Sempre celebrar a Páscoa"

Da sexta Catequese Quaresmal do Cardeal-Patriarca de Lisboa

A celebração da Páscoa envolve toda a nossa vida de povo crente. Celebramos sempre a Páscoa em todas as circunstâncias: quando evocamos os principais passos da vida terrena de Jesus; quando honramos a Sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria; quando honramos os Santos que consideramos modelos e estímulos de fidelidade; quando intercedemos pelos mortos pedindo a Deus que os conduza à luz eterna.

Mesmo quando não celebramos a Eucaristia e nos reunimos para celebrar outros sacramentos, para escutar e rezar a Palavra de Deus, para abençoar em nome de Deus, as pessoas, os acontecimentos e as instituições, é sempre a Páscoa que celebramos. Desde que nos tornámos capazes de celebrar a Páscoa, ela tornou-se a fonte de graça e de luz para a nossa caminhada cristã, a caminho da Páscoa eterna. E é em todas essas circunstâncias, sempre que, como membros do Povo Sacerdotal, imploramos, oferecemos, louvamos, fazemo-lo tendo como nosso mediador com o Pai, Cristo nosso Pontífice e nosso Pastor. Sempre que nos dirigimos a Deus através da Sua mediação sacerdotal, celebramos a Páscoa, pois foi nessa celebração que Ele se consagrou Sacerdote para sempre.

“Fazei isto em Minha memória” (Lc. 22,19)
O sacrifício cruento de Cristo, a Sua morte violenta que é dom radical da Sua vida, é irrepetível, aconteceu uma só vez. Os discípulos e Maria, que representam toda a humanidade, estão associados à morte de Cristo, mas a profundidade dessa associação escapa-lhes. Cristo oferece-se por eles e Ele quis que eles O oferecessem para a redenção do mundo. Desta capacidade de O oferecer, só Maria está consciente. Sem esta associação à nova humanidade resgatada, a morte de Cristo seria acto isolado, que se diluiria na memória histórica como mais uma morte inocente, generosa e corajosamente aceite.

Para que a Páscoa de Cristo se torne Páscoa da Igreja, o drama do Calvário tem de poder ser vivido, tornado presente, na linguagem simbólica de um sacramento. O Pão que se torna Corpo de Cristo sacrificado e o Vinho que se torna o Sangue da nova e definitiva Aliança, tornam-se o modo próprio da Igreja dar, em todos os tempos, actualidade àquele sacrifício redentor, que muda radicalmente o sentido e o destino da humanidade. Este é o sentido das Palavras de Cristo: “Fazei isto em memória de Mim”. Este “fazer memória” é mais do que recordar, não esquecer; é tornar actual a oferta de Cristo, ao Pai, para a redenção da humanidade.

A Eucaristia é a Páscoa da Igreja.
Na Eucaristia oferece-se a nova dimensão do Corpo de Cristo.
Quando o Filho de Deus, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Se fez Homem no seio de Maria, uniu a Si toda a humanidade. Mas esta unidade de toda a humanidade, em Cristo, só se tornará plena e explícita nos “novos céus e nova terra”. Mas ela torna-se explícita naqueles que, pela fé e pelo baptismo, se uniram a Cristo; eles são a Igreja, que é o “Corpo de Cristo”. É esse Corpo de Cristo alargado o novo Povo Sacerdotal, que actualiza, em cada momento da história, o sacrifício pascal, sob a forma sacramental da Eucaristia. Esta é a Páscoa da Igreja; é por isso que só o povo dos baptizados pode celebrar a Eucaristia. Na Páscoa da Igreja, Cristo Sumo Sacerdote, que se torna presente através do sacerdócio apostólico, oferece-Se pela redenção do mundo e com Ele, a Igreja Povo Sacerdotal, oferece e oferece-se. É por isso que ela é sacramento de salvação para toda a humanidade.

O que é que o Povo Sacerdotal oferece nessa Páscoa da Igreja? Oferece Jesus Cristo e o dom da sua vida. Só o Filho pode glorificar o Pai. Mas oferece-se a si mesma, na sua renovação de santidade, sob a acção do Espírito Santo. Toda a vida dos cristãos se torna, então, “hóstia espiritual”, no dizer da Carta de São Pedro. Ao oferecer o sofrimento, actualiza a Paixão de Cristo. Como dizia São Paulo, “eu completo na minha carne o que falta às provações de Cristo pelo Seu corpo, que é a Igreja” (Col. 1,24). Se oferece as alegrias, exprime a sua participação na ressurreição do Senhor. Assim a Igreja anuncia, ao oferecer a Sua vida na Eucaristia, algo de essencial para a salvação: só se capta o sentido do sofrimento, quando se oferece. Paulo encontra a alegria no próprio sofrimento oferecido: Neste momento encontro a minha alegria nos sofrimentos que suporto por vós” (Col. 1,24).

Na Eucaristia, a Igreja oferece o sacrifício de Cristo e a sua própria vida pela redenção dos homens. A Páscoa tem sempre o mesmo sentido: ser fermento da salvação da humanidade. Presente no mundo, a Igreja sente e sofre uma humanidade que precisa de redenção. Na Eucaristia acredita que só Cristo é o Redentor. A Eucaristia é missão.

Em cada Eucaristia, a Igreja reaviva o desejo da Páscoa eterna e sente-se peregrina do Reino dos Céus. Cristo glorioso, seu sacerdote e seu Pastor, hoje glorioso à direita do pai, está a atraí-la para essa etapa definitiva, ajudando-a a transformar a sua fé em esperança viva e em caridade ardente.

 
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